quinta-feira, 24 de janeiro de 2013


Petróleo é achado em fundo de casa de moradora do Lobato, em Salvador

Bairro é onde o primeiro poço do Brasil foi descoberto, no ano de 1939.
'Tive medo de algum acidente', diz moradora, cuja casa está em obra.


Família em terreno onde petróleo foi encontrado no subúrbio de Salvador, Bahia (Foto: Lílian Marques/ G1)Família de dona Tereza (de óculos) e o pedreiro Edvaldo Silva,de blusa verde, que achou o petróleo no terreno da moradora. (Foto: Lílian Marques/ G1)
Foi durante o trabalho em uma obra nos fundos da casa de Tereza Barbosa, 57 anos, no subúrbio ferroviário de Salvador, que o pedreiro Edvaldo Silva, 24 anos, encontrou um poço de petróleo há pouco mais de uma semana. “Os meninos [colegas de obra] estavam tirando pedra e viram o tubo. Eles pensaram que era óleo, eu pensei que era esgoto. Senti o cheiro [de combustível], lembrei que aqui [na região] foi o primeiro lugar que se encontrou petróleo [no país] e coloquei a mão onde estava vazando. Vi que era petróleo e chamei a dona da casa”, descreveu o rapaz.
A casa afortunada está localizada na Rua Getúlio Vargas, no Lobato, bairro onde o primeiro vestígio de petróleo do país foi encontrado, no ano de 1939, justamente a alguns metros da casa de Tereza. "Quando meu irmão chegou aqui, riu e disse que sempre sonhou em ver essa cena porque esperávamos, dede pequenos, encontrar petróleo em algum lugar do bairro", disse Tereza, que residiu no bairro do Lobato há alguns anos e voltou a morar no local há cerca de um ano e meio. Ela e a família são de São Roque do Paraguaçu, localizada na cidade de Maragojipe, no recôncavo baiano.
O bairro do Lobato fica no subúrbio ferroviário e é considerado um bairro pobre. Algumas das ruas não têm nem sequer asfalto. A rua em que fica a casa 76 D, inclusive, leva o nome de Getúlio Vargas, presidente que criou a campanha "Petróleo é Nosso" logo após a descoberta da riqueza no Brasil. O bairro é cercado pela Baía de Todos os Santos, uma das maiores do país.
A plataforma usada para a exploração de petróleo da área está desativada desde o fim da década de 1980, segundo informações da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Bem perto da extinta área produtiva, foi feita uma praça com quadra de esportes, tem um pequeno galpão abandonado e um monumento que indica o marco histórico do petróleo no país.
petróleo vaza de poço em terreno de imóvel no Lobato, em Salvador, Bahia (Foto: Lílian Marques/ G1)petróleo vaza de poço em terreno de imóvel no
Lobato, em Salvador (Foto: Lílian Marques/ G1)
Ao se aproximar do tubo de onde vaza o combustível na casa de Tereza, o cheiro forte logo acusa a existência do petróleo. A dona de casa conta que ficou assustada ao ser informada da descoberta do oléo no terreno que comprou nos fundos da sua casa. Ela afirma que não pensou em dinheiro, mas nos riscos ao meio ambiente e à segurança da comunidade humilde em que mora.
"Tive medo de algum acidente, não sabia o risco que estava correndo. Tinha medo de explodir, de algum desastre ambiental, não pensei no meu bem estar, fiquei preocupada com a minha família, com a comunidade. Hoje, penso nas melhorias que isso pode trazer aqui para a comunidade, o Lobato é um bairro rico, mas não é valorizado", declarou.


  A iniciativa de Tereza ao saber do petróleo foi ligar para a ANP para receber orientações de como proceder. Após os primeiros técnicos da agência visitarem o local, foi solicitado que a família parasse a obra. Engenheiros da ANP estiveram novamente no terreno na quarta-feira (23) e os trabalhos no local continuam suspensos.
A proprietária explicou que a obra era para ampliar a casa onde mora, que já tem dois andares. “Eu moro aqui embaixo com o meu marido e a minha filha mora no andar de cima com o meu genro. O objetivo da gente é ampliar para fazer um lugar para minha mãe e também para meu outro filho”.
A terra da pequena encosta que ficou no terreno após a escavação para a obra está deslizando um pouco, motivo que deixa a família preocupada. "Nós colocamos uma lona para segurar a terra até que se resolva a situação", disse dona Tereza.
Petróleo em casa de Salvador, Bahia (Foto: Lílian Marques/G1 BAhia)Morador mostra mão melada de petróleo (Foto: Lílian Marques/G1 BAhia)
Exploração
O engenheiro de petróleo Martinho Sobral Rocha, especialista em regulação da ANP na Bahia, visitou o terreno e confirmou que a substância é petróleo, porém a única coisa que deve ser feita no local é contenção do vazamento. Por se tratar de um poço de petróleo antigo, que está inativo, a exploração não deve ocorrer, segundo explica.
"É um poço antigo do campo de produção de petróelo que existia no Lobato. Ele foi devolvido à ANP por ser antieconômico e por estar localizado dentro de uma comunidade. Está sendo providenciada a correção do vazamento. Para fins comerciais, não existe nenhuma possibilidade de produção", acrescentou.
A Agência Nacional de Petróleo informou, por meio de nota, que o campo não "apresenta volume de óleo significativo a ser produzido, pois os reservatórios existentes já estão esgotados". A agência reguladora informou ainda que os poços da região, explorados a partir de 1939, foram extintos e "encobertos por aterros de grande extensão". Sobre eles, se desenvolveu a atual comunidade. A ANP explica também que não há possibildades dos poços serem reutilizados e que não se espera obter um volume adicional de óleo naquela região.
Caso o petróleo seja encontrado em um terreno particular e caso seja comprovado que o poço é produtivo, segundo o engenheiro Martinho Sobral, a concessionária interessada na extração da substância deve pagar 1% do que explora para o dono da terra. Na Bahia, essas situações são comuns em cidades como Madre de Deus, São Sebastião do Passé, onde fica a Refinaria de Petróleo Landulpho Alves, e outras da região metropolitana como Catu e Pojuca, disse o engenheiro.
Poço abandonado; petróleo em Salvador (Foto: Lílian Marques/G1 BAhia)Obra no terreno de dona Tereza está parada há mais de uma semana até que o vazamento de petróleo seja sanado pela ANP. (Foto: Lílian Marques/G1 BAhia)
Área onde ficava plataforma da petrobrás, segundo morador, na Bahia (Foto: Lílian Marques/G1 BAhia)Primeira plataforma de exploração de petróleo do Brasil ficava nessa área, no bairro do Lobato, subúrbio de Salvador. (Foto: Lílian Marques/G1 BAhia)

Itaquara: Chuva forte deixa pelo menos 38 desabrigados

Uma forte chuva atingiu o município de Itaquara, no Vale do Jiquiriçá, por volta das 14h desta quinta-feira (24). A chuva que durou pouco mais de trinta minutos foi o suficiente para causar inundações e deixar vários itaquarenses desabrigados. A reportagem do Blog Marcos Frahm deslou-se a Itaquara, acompanhada de uma equipe da Rádio Povo AM, para se inteirar da situação e, ao chegar ao município, que localiza-se a 10 Km de Jaguaquara, no Sudoeste baiano, teve acesso in loco às áreas mais atingidas pelo temporal. No bairro Baitinga 1, um dos mais antigos de Itaquara, pelo menos 20 casas foram invadidas pela água e cerca de 38 pessoas ficaram desabrigadas na Rua Manoel Vitorino.
Algumas famílias perderam móveis, eletrodomésticos, roupas, alimentos e até documentos por conta da inundação. Dentre os desabrigados, estão idosos e crianças. Segundo informações de moradores, até o final da tarde, nenhum representante da Prefeitura Municipal teria ido ao local para prestar socorro às vítimas ou tentar viabilizar encaminhamento das pessoas para abrigos em outras áreas.
Atinélia da Cruz Alves, de 29 anos, moradora da Rua Manoel Vitorino, disse ter ficado assustada com a força da água. A mulher afirmou ainda, durante contato com a reportagem, que a chuva causou estragos na casa de sua mãe, Angelita Fagundes, de 52 anos. ”A minha mãe perdeu quase tudo. Nunca vi uma coisa dessas, a chuva desceu levando tudo. Eu estava dentro de casa e, quando percebi, a água já estava invadindo sala, cozinha e a gente não teve como evitar essa situação”, disse Atinélia. A vereadora Cleusa Lima (PDT), que reside no mesmo bairro, também presenciou a enxurrada invadindo os imóveis. ”Eu moro aqui há 32 anos, mas nunca tinha visto uma coisa dessas. É triste ver as pessoas perdendo o pouco que tem. Quando eu sair na rua, tinha gente chorando, pedindo socorro e a água levando tudo”, afirmou a parlamentar. No bairro Baitinga 2, a chuva também invadiu residências e gerou transtornos. Os desabrigados foram acolhidos por parentes e amigos, que lhes receberam em outras áreas de Itaquara.
Fotos: Blog Marcos Frahm

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

IRAJUBA SOFRE POR FALTA D ÁGUA
 DEVIDO A SECA.


Seca baixa nível de barragem e deixa moradores sem água em Irajuba

 

A situação do abastecimento de água em Irajuba  está se agravando a cada dia com o prolongamento da escassez de chuva. O município está prestes a entrar em situação de emergência por causa da seca. A barragem que abastece a cidade está em situação crítica e já não dispõe de água para manter o abastecimento de forma regular, a não ser que chova com intensidade e o nível da barragem se eleve.

 

O abastecimento passou a ser feito com água bombeada do Rio das Almas, na região do Santo Estevão, mas com a alternância de abastecimento a água demorar em chegar até a torneira nos reservatórios dos moradores e o fornecimento acaba ficando comprometido, gerando falta d’água em vários pontos do município. A Embasa vem adotando medidas até agora paliativas, devido à situação crítica, enquanto a chuva não chega, mas a empresa ainda não emitiu se quer uma nota oficial esclarecendo sobre a real situação, o que gera indignação por parte dos moradores. O problema afeta também os municípios de Itaquara e Irajuba, que são abastecidos com a água do Rio das Almas, onde a estiagem pode ocasionar baixa no nível. Já na barragem do Baixão, populares foram vistos nesta tarde tentando pescar alguns peixes que ainda sobrevivem na água suja. Pessoas quem residem nas proximidades questionam que a Embasa não viabiliza uma limpeza na barragem para facilitar captação de água na localidade quando a chuva vier.


Mas a Chuva que caiu  amenizou seca em Irajuba’, diz prefeito Sampaio


A chuva forte que atingiu o Estado, desabou também no município de Irajuba, que está inserido no Polígono das secas. Há mais de um ano em situação de emergência, por conta da escassez de chuva, o município enfrentou dificuldades com o abastecimento de água, que passou a ser um problema sério e afetar diversas áreas da cidade. A chuva que caiu nos últimos dias já melhorou o cenário desolador da seca, segundo informações do prefeito Antônio Sampaio. Em conversa informal com a redação do Blog Marcos Frahm, o mandatário afirmou que a tempestade deu pra amenizar a situação, mas disse que o quadro ainda é preocupante, no que se refere ao fornecimento de água potável por parte da Empresa Baiana de Águas e Saneamento. De acordo com Sampaio, moradores questionam falha no abastecimento de água, em várias partes da cidade. A água que abastece Irajuba é do Rio das Almas, localizado no município de Jaguaquara, mas o fornecimento não ocorre com normalidade há muito tempo. O prefeito acredita que a distância do Rio das Almas para Irajuba, pode está causando problemas técnicos nas elevatórias da Embasa e colocando em risco o abastecimento. Na próxima sexta-feira (25), em Jequié, Antônio Sampaio estará participando de uma reunião com o Chefe da Casa Civil, Rui Costa, que estará ao lado de membros do Comitê Estadual de Combate a Seca para discutir os problemas gerados pela estiagem na região. Na oportunidade, Sampaio levará ao conhecimento do secretário uma proposta de captar água da Barragem de Bandeira de Melo, na região de Marcionílio Souza, que está com o melhor nível de água, para abastecer Irajuba.