segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Dilma amplia votação na maioria dos municípios da região, no Médio Rio das Contas e no Vale do Jiquiriçá


Dilma comemora vitória ao lado de Lula
Dilma comemora vitória ao lado de Lula. Foto: Divulgação
A presidente reeleita Dilma Rousseff (PT), venceu o 2º turno das eleições, ampliando o percentual de votos em seu favor na Bahia, em relação ao primeiro turno. Dilma nas eleições realizadas neste domingo (26/10), obteve no estado, 5.056.640 votos (70,16%) contra 2.151.037 (29,84), do candidato Aécio Neves (PSDB). Entre os 10 maiores colégios eleitorais do estado, a candidata petista foi derrotada pelo tucano, apenas no município de Vitória da Conquista, administrado pelo prefeito Guilherme Menezes (PT), onde  Aécio foi votado por 84.693 (50,59%), enquanto Dilma teve 82.732 votos (49,41%). Em Jequié, que ocupa a nona colocação entre os municípios com maior eleitorado Dilma teve 53.735 votos (70,70%) e Aécio 22.269 votos (29,30%), com 1.582 votos brancos (1,95%), 3.565 nulos (4,39%) e 25.482 abstenções (23,90%). Confira abaixo o resultado da votação em municípios dos territórios Médio Rio das Contas e do Vale do Jiquiriçá:
Aiquara
Dilma Rousseff  (PT) – 2.061 (76,59%)
Aécio Neves (PSDB) – 630 (23,41%)
Total de eleitores: 4.418
Apuarema
Dilma Rousseff  (PT) – 2.295 (66,08%)
Aécio Neves (PSDB) – 1.178 (33,41%)
Total de eleitores: 5.573
Barra do Rocha
Dilma Rousseff  (PT) –  1.960 (71,85%)
Aécio Neves (PSDB) – 1.178 (33,92%)
Total de eleitores: 3.336
Boa Nova
Dilma Rousseff  (PT) – 6.150 (81,66%)
Aécio Neves (PSDB) – 1.381 (18, 34%)
Total de eleitores: 13.267
Brejões
Dilma Rousseff  (PT) – 4.865% (70,78%)
Aécio Neves (PSDB) – 2.008 (24,22%)
Total de eleitores: 11.420
Contendas do Sincorá
Dilma Rousseff  (PT) – 1.834 (68,54%)
Aécio Neves (PSDB) – 842 (31,46%)
Total de eleitores: 3.541
Cravolândia
Dilma Rousseff  (PT) –  1.834 (68,54%)
Aécio Neves (PSDB) – 842 (31,46%)
Total de eleitores: 4.211
Dário Meira
Dilma Rousseff  (PT) –  4.206 (80,81%)
Aécio Neves (PSDB) – 999 (19,19)
Total de eleitores: 8.541
Gandu
Dilma Rousseff  (PT) –  8.238 (58,57%)
Aécio Neves (PSDB) – 5.858 (41,43%)
Total de eleitores: 20.137
Ibirataia
Dilma Rousseff  (PT) –  6.580 (63,98%)
Aécio Neves (PSDB) – 3.647 (35,66%)
Total de eleitores: 12.598
Ipiau
Dilma Rousseff  (PT) – 13.658 (63,98%)
Aécio Neves (PSDB) – 7.688 (36,66%)
Total de eleitores: 25.704
Irajuba
Dilma Rousseff  (PT) –  2.933
Aécio Neves (PSDB) = 753 ( 20,43%)
Total de eleitores: 5.297
Iramaia
Dilma Rousseff  (PT) –  3.879 (57,78%)
Aécio Neves (PSDB) – 1.844 (32,22%)
Total de eleitores: 9.034
Ibirapitanga
Dilma Rousseff  (PT) – 6.157 (67,15%)
Aécio Neves (PSDB) – 3.012 (32,85%)
Total de eleitores:
Itagí
Dilma Rousseff  (PT) – 4.980 (60,94%)
Aécio Neves (PSDB) – 3.012 (32,85%)
Total de eleitores: 10.489
Itagibá
Dilma Rousseff  (PT) –  5.980 (74,31%)
Aécio Neves (PSDB)- 2.067 (25,69%)
Total de eleitores: 12.056
Itaquara
Dilma Rousseff  (PT) –  2.799 (63,47%)
Aécio Neves (PSDB) – 1.611 (36,53%)
Total de eleitores: 6.245
Itiruçu
Dilma Rousseff  (PT) – 4.207 (68,73%)
Aécio Neves (PSDB) – 1.919 (31,27%)
Total de eleitores: 9.587
Jaguaquara
Dilma Rousseff  (PT) –  16.130 (68,75%)
Aécio Neves (PSDB) – 7.333 (31,25%)
Total de eleitores: 35.390
Jiquiriçá
Dilma Rousseff  (PT) – 4.416 (64.92%)
Aécio Neves (PSDB) – 2.440 (35,08%)
Total de eleitores: 10.606
Jitaúna
Dilma Rousseff  (PT) – 5.167 (61,95%)
Aécio Neves (PSDB) – 3.173 (38,05%)
Total de eleitores: 14.118
Lafaiete Coutinho
Dilma Rousseff  (PT) – 2.217 (84,26%)
Aécio Neves (PSDB) – 414 (38,74%)
Total de eleitores: 3.492
Lagedo do Tabocal
Dilma Rousseff  (PT) – 3.227 (81,78%)
Aécio Neves (PSDB) – 719 (15,74%)
Total de eleitores: 5.854
Manoel Vitorino
Dilma Rousseff  (PT) – 5.771 (81,65%)
Aécio Neves (PSDB) – 1.297 (18,35%)
Total de eleitores:
Maracás
Dilma Rousseff  (PT) – 7.725 (60.52%)
Aécio Neves (PSDB) – 5.040 (39,48%)
Total de eleitores: 20.229
Milagres
Dilma Rousseff  (PT) – 4.345 (71,26%)
Aécio Neves (PSDB) – 1.752 (28,74%)
Total de eleitores: 8.782
Mirante
Dilma Rousseff  (PT) – 3.487 (72,33%
Aécio Neves (PSDB) – 1.334 (24,67%)
Total de eleitores: 7.354
Planaltino
Dilma Rousseff  (PT) –  3.446 (78,69%)
Aécio Neves (PSDB) – 933 (21,31%
Total de eleitores: 6.124

DESAFIOS: Dilma deverá terminar megaobras de infraestrutura

Transposição, Belo Monte e Norte-Sul têm metas estabelecidas para 2015.
Especialistas veem dificuldade de compatibilizar prazos técnicos e políticos.

Renan Ramalho e Priscilla MendesDo G1, em Brasília
Reeleita presidente da República, Dilma Rousseff assumirá um novo mandato em 1º de janeiro de 2015 com o desafio de concluir três grandes obras de infraestrutura consideradas fundamentais para a economia brasileira.
G1 publica até a próxima quinta (30) uma série de reportagens sobre cinco desafios que o futuro presidente terá de enfrentar durante o mandato. Os outros quatro temas são infraestrutura, Olimpíadas, salário mínimo e apoio no Congresso.
A transposição do Rio São Francisco, no Nordeste, destinada a expandir o abastecimento de água na região, tem conclusão prevista até dezembro. A usina hidrelétrica de Belo Monte, na região amazônica, para fornecimento de energia elétrica, deverá ter ao menos uma turbina rodando até fevereiro. Na área de transportes, a ferrovia Norte-Sul, "espinha dorsal" do sistema ferroviário, deverá ter 62% de sua extensão pronta até o fim do ano que vem.
ARTE DESAFIO INFRAESTRUTURA - Futuro presidente deverá assumir obras atrasadas na infraestrutura (Foto: Arte/G1)
Todas as metas estão previstas no cronograma do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), criado em 2007 por Dilma, então ministra da Casa Civil no governo Lula. Na visão de especialistas ouvidos pelo G1Independentemente de quem se eleger, os empreendimentos não poderão parar, .
Iniciada em 2007, a transposição do São Francisco, por exemplo, consumiu R$ 4,5 bilhões e prevê investimentos de mais R$ 3,7 bilhões até a conclusão, prevista para 31 de dezembro de 2015. O objetivo do governo é que até o final deste ano 70% estejam prontos.

Projeto mais caro, Belo Monte, orçada em R$ 25,9 bilhões, teve R$ 13,9 bilhões já investidos. A primeira das 24 turbinas deverá começar a produzir energia em 20 de fevereiro. A Norte-Sul, por sua vez, deve ter um de seus trechos, de 682 km, concluído até outubro (veja ao lado mais detalhes sobre o andamento das obras).
O cumprimento dos prazos e preços previstos, no entanto, é considerado problemático por especialistas, por dois fatores. O primeiro diz respeito ao início da obra, no lançamento de projetos mal acabados pelo governo, com previsões pouco precisas em questões ambientais e econômicas, por exemplo. O segundo, ao gerenciamento da obra, em que é frequente a má alocação de recursos e demora ou omissão na solução de problemas, sobretudo se assumida por gestores nomeados por critérios mais políticos que técnicos.
"Essa conduta parece independente de quem está no poder, pois é inerente ao sistema político", afirma a engenheira Martha Martorelli, presidente da Associação Nacional dos Analistas e Especialistas em Infraestrutura (Aneinfra),  associação que reúne mais de 800 técnicos em infraestrutura contratados pelo governo federal para aprimorar a condução das obras do PAC.
Segundo ela, no planejamento, o problema está "no choque entre prazos técnicos e prazos políticos".
"Boas obras dependem de bons projetos técnicos e bons projetos técnicos dependem de estudos preliminares que exigem tempo", diz.
"Funciona assim: o ministro contrata a obra em prazos recordes e, com a promessa de obra rápida, agrada ao presidente. Quando os problemas surgem, os omite do dirigente maior. Um novo ministro é nomeado, fica tentando consertar ou expor o problema para seu superior", critica Martorelli, para quem uma mudança de postura é fundamental.
Boas obras dependem de bons projetos técnicos e bons projetos técnicos dependem de estudos preliminares que exigem tempo."
Martha Martorelli,
Associação Nacional dos Analistas e Especialistas em Infraestrutura
No setor privado, há reclamação constante sobre as pressões do governo para baixar o retorno dos investimentos realizados por parceiros privados em empreendimentos a serem operados por concessão pública.
Presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura, empresa de consultoria especializada no setor de energia, o economista Adriano Pires defende uma "rentabilidade adequada, de forma a atrair os melhores representantes para o setor".
Para ele, ao resolver fazer "populismo" exigindo tarifas baixas para a comercialização da energia de Belo Monte, o atual governo afugentou algumas empresas. "Os projetos licitados têm baixa taxa de retorno, o que os torna pouco atrativos para as melhores empresas do setor, o que também compromete o bom andamento da obra", diz.
Os projetos licitados têm baixa taxa de retorno, o que os torna pouco atrativos para as melhores empresas do setor."
Adriano Pires,
Centro Brasileiro de Infraestrutura
Fernando Marcondes, sócio da L.O. Baptista-SVMFA, escritório de advocacia especializado em consultoria jurídica na área empresarial e de infraestrutura, concorda, principalmente se o próximo governo for obrigado a economizar nas despesas para controlar as contas públicas, com o chamado "ajuste fiscal".
"Se o governo não tem o dinheiro, tem que conceder à iniciativa privada, mas tem que dar garantias, porque a iniciativa privada vai fazer o investimento no lugar do governo", diz o advogado.
Além de retorno mais favorável aos empresários e melhor gerenciamento, Adriano Pires também vê necessidade de que as áreas ambiental e de infraestrutura "conversem, de modo a chegar num modelo que atenda as necessidades de ambas".
Ele diz que impasses na área  têm sido um "gargalo" para o setor e, no caso específico de Belo Monte, geraram aumento de custo e atrasos.

Dilma é reeleita presidente e amplia para 16 anos ciclo do PT no poder

Com 100% das seções apuradas, ela tem 51,4% dos votos e Aécio, 48,36%.
Governo do PT (2003-2018) terá o dobro do período tucano (1995-2002).

Do G1, em Brasília
Dilma Rousseff (PT) venceu Aécio Neves (PSDB) na disputa em segundo turno e foi reeleita neste domingo (26) para um novo mandato como presidente da República (2015-2018). Segundo o sistema de apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o resultado foi confirmado às 20h27min53, quando 98% das urnas estavam apuradas e não havia mais possibilidade matemática de virada. Acompanhe a apuração em tempo real.
O TSE atualizou a apuração às 0h13, com 100% das seções apuradas (ainda faltavam poucas centenas de urnas). Dilma tem 54.501.118 votos (51,64%) e o tucano, 51.041.155 votos (48,36%).
Uma hora depois da confirmação do resultado, Dilma fez um discurso de agradecimento, com 26 minutos de duração, em um hotel de Brasília. Saudou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem chamou de "militante número 1 das causas do Brasil", afirmou que está "disposta ao diálogo" e conclamou os brasileiros a se unirem em favor do país. "Não acredito que estas eleições tenham dividido o país ao meio", afirmou. "O calor da disputa pode agora ser transformado em energia construtiva de um novo momento no Brasil", declarou. A presidente disse que priorizará a discussão com o Congresso e com a sociedade de uma reforma política a ser aprovada por meio de plebiscito.
Aécio Neves fez um pronunciamento em Belo Horizonte cerca de 40 minutos depois de confirmado o resultado. Disse ter cumprimentado Dilma pela vitória e afirmou que agora a prioridade é unir o Brasil. "Considero que a maior de todas as prioridades é unir o Brasil em torno de um projeto honrado e que dignifique todos os companheiros", afirmou, em uma fala de cerca de dois minutos.
Com a vitória, Dilma completará um período de 16 anos do PT no comando do governo federal, desde a primeira eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. É o dobro do tempo do PSDB, que teve dois mandatos com Fernando Henrique Cardoso (1995-1998 e 1999-2002). Desde antes da reeleição de Dilma, o PT trabalha com a hipótese de uma nova candidatura de Lula em 2018, conforme voltou a defender neste domingo o presidente do partido, Rui Falcão.
A presidente se reelegeu na disputa considerada a mais acirrada desde a redemocratização. No início da campanha, a petista manteve-se na dianteira nas pesquisas de intenção de voto, mas depois chegou a ter a liderança ameaçada por Marina Silva (PSB), derrotada no primeiro turno, e Aécio, que chegou a aparecer numericamente à frente dela no segundo turno.
Foi também a sexta eleição marcada pela polarização entre PSDB e PT, que desde 1994 sempre chegaram nas duas primeiras posições na corrida presidencial. Assim como em 2010, a candidatura de Marina despontou neste ano como terceira força, alcançando 21,3% dos votos no primeiro turno.
Campanha
Tanto no primeiro quanto no segundo turno, a campanha eleitoral para a Presidência neste ano foi marcada pelas críticas entre os candidatos. Se na primeira fase da disputa, os ataques do PT se concentraram em Marina – apontada como inconsistente – na segunda, a campanha petista mirou a candidatura de Aécio, associando-a ao "retrocesso".

Até então, as pesquisas indicavam uma situação de estabilidade, com Dilma à frente e Aécio em segundo. O tucano já havia enfrentado denúncias de
 suposta concessão irregular para um tio de um aeroporto na cidade de Cláudio (MG), mas a candidatura dele começou a perder fôlego após a morte de Campos.Marina passou a ser alvo tanto do PT quanto do PSDB com sua rápida ascensão nas pesquisas após a morte de Eduardo Campos, candidato do PSB até agosto, quando morreu em acidente aéreo que vitimou outras seis pessoas, entre assessores e tripulantes.
Uma das principais críticas do PT a Marina Silva foi a defesa da independência do Banco Central, que propunha mandatos fixos para diretores condicionado ao combate à inflação. Nas propagandas e discursos, a campanha petista dizia que a medida favoreceria os banqueiros; na TV, foi mostrada uma família sem comida no prato. Marina respondia dizendo que a rival tentava "ressuscitar o medo” na campanha e fazia “terrorismo eleitoral”.
Pelo lado do PSDB, Marina era atacada por ter sido filiada ao PT, inclusive nos períodos em que o partido enfrentava escândalos de corrupção, como o mensalão. A candidatura de Marina também foi posta em xeque após mudanças em seu programa de governo. Quando o programa foi lançado, em 29 de agosto, havia defesa do casamento gay e da energia nuclear. No dia seguinte, os tópicos foram retirados, sob alegação de erro na edição do documento.
Marina foi perdendo pontos nas intenções de voto e acabou ultrapassada por Aécio na semana que antecedeu o primeiro turno. Nas urnas, Dilma obteve 41,6% dos votos válidos e Aécio 33,5%, resultado que levou a disputa para o segundo turno.
Nas três semanas de disputa direta entre a petista e o tucano, as críticas se concentraram na corrupção e na economia. Aécio explorou o escândalo na Petrobras, responsabilizando o governo pelos supostos desvios e propina pagos a políticos pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa. Dilma reagiu dizendo que a oposição tentava dar um golpe ao explorar o caso. Defendeu-se ainda afirmando que a PF teve autonomia para investigar, e os casos de corrupção não eram escondidos "debaixo do tapete".
No campo da economia, a petista insistiu que o retorno do PSDB ao poder seria uma "volta ao passado", segundo ela, com arrocho salarial, desemprego e queda na renda dos trabalhadores. O tucano, por sua vez, enfatizou a alta da inflação no governo Dilma aliado ao baixo crescimento da economia; como solução, pregou mais credibilidade e transparência nas contas públicas para atrair de volta o investimento produtivo ao país.
Nas duas últimas semanas da campanha, os ataques se intensificaram nas propagandas, debates na TV e atos de campanha pelas ruas do país. Além de criticar a política econômica do PSDB, Dilma passou a dizer que os tucanos não governavam para os pobres, apontando uma menor abrangência dos programas sociais na época de FHC. O discurso foi reforçado por Lula, que participou ativamente da campanha e chamou Aécio de "filhinho de papai", o acusou de ser agressivo com mulheres e o condenou por recusar o teste do bafômetro numa blitz em 2012.
Além da Petrobras, Aécio acusou o PT de promover uma divisão no país, entre ricos e pobres e Sudeste-Sul contra Norte-Nordeste. O tucano recebeu apoio de Marina Silva e outros candidatos derrotados na eleição e passou a se queixar da "campanha de desconstrução", segundo ele, feita pelo PT. Num dos debates mais tensos da TV, Aécio ainda rebateu a acusação de ter empregado a irmã no governo de Minas ao dizer que um irmão de Dilma também havia sido nomeado pela Prefeitura de Belo Horizonte durante administração do PT.
Dilma Rousseff acena para apoiadores celebrando sua reeleição ao lado do ex-presidente Lula em Brasília (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)Dilma acena para militantes em hotel de Brasília onde fez o discurso da vitória (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Dilma diz que ‘Veja e seus cúmplices’ terão de responder na Justiça por reportagem

Presidente usou seu último programa no horário eleitoral para dizer que veículo apregoa ‘ódio ao PT e a tudo que é popular’. Lula, em ato, adota tom ameno sobre episódio

POR 

Dilma em programa na TV que irá acionar Justiça - Reprodução TV

RIO E BRASÍLIA — A presidente Dilma Rousseff dedicou boa parte de sua última propaganda no horário eleitoral na TV para criticar a revista ‘Veja’ pela reportagem em que afirma que o doleiro Alberto Youssef, em delação premiada à Justiça, teria dito que ela e o ex-presidente Lula sabiam dos desvios de dinheiro na Petrobras. Dilma afirmou que a revista “e seus cúmplices” terão de responder na Justiça pelo "ato de terrorismo", por não apresentar qualquer prova, visando apenas impactar no resultado das eleições.
— Hoje, a revista excedeu todos os limites da decência e da falta de ética, pois insinua que eu teria conhecimento prévio dos malfeitos na Petrobras e que o presidente Lula seria um dos seus articuladores. (...) A começar pela antecipação da sua edição semanal para hoje, sexta-feira, quando normalmente chega às bancas no domingo. Mas como das outras vezes, e em outras eleições, Veja vai fracassar no seu intento criminoso. A única diferença é que, desta vez, ela não ficará impune. A Justiça livre deste país seguramente vai condená-la por este crime — reagiu Dilma, acrescentando:
— Não posso me calar frente a este ato de terrorismo eleitoral articulado pela revista Veja e seus parceiros ocultos. (...) Sem apresentar nenhuma prova concreta e, mais uma vez, baseando-se em supostas declarações em pessoas do submundo do crime, a revista tenta envolver diretamente a mim e ao presidente Lula nos episódios da Petrobras que estão sob investigação da Justiça (...) Isso é um absurdo, isso é um crime. 

O programa petista acusa a revista: “Todas as eleições, quando candidatos do PT aparecem à frente das pesquisas, a revista tenta desesperadamente influenciar no resultado” diz o apresentador.
O tom das críticas na TV acompanhou manchete da página oficial da candidatura de Dilma Rousseff na internet, entitulado “Todo ano é a mesma coisa”, em que reúne copilado de capas da revista que, segundo o PT, tiveram o único intuito de provocar “terrorismo” no eleitorado contra o partido, Lula e Dilma, às vésperas das datas das votações em 2002, 2006 e 2010.
“Todo ano é a mesma coisa. A revista ‘Veja’ solta uma denúncia supostamente bombástica antes das eleições”, inicia o programa petista na TV, que afirma haver “falta de decência jornalística rotineira” no veículo.
Em seguida, o programa mostrou imagens dos últimos comícios da presidente pelo país, um clipe com famosos cantando um jingle e, ao fim, uma última declaração:
— Lutei contra a ditadura, venci a tortura e o câncer. Meu vício na esperança me ajudou a enfrentar as dificuldades e o que me leva adiante é a paixão pelo povo brasileiro. Dou minha alma ao Brasil — finalizou Dilma.

LULA USA TOM AMENO AO COMENTAR REPORTAGEM
Citado pela "Veja" na reportagem, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também criticou a revista durante ato de campanha em São Paulo nesta sexta-feira. - O problema da "Veja" é que só ela fala - afirmou Lula. 

Questionado sobre o que achava da reportagem, respondeu:

- Não acho nada.

Lula não discursou durante uma caminhada no Centro de São Paulo porque a legislação eleitoral proíbe a realização de comícios desde quinta-feira. De acordo com a Polícia Militar, o ato reuniu entre 1,5 mil e 2 mil pessoas em seu início. Mas ao fim do ato, declarou: 

- Nos temos que mostrar que a nossa briga não é apenas em defesa de uma pessoa, mas de uma causa, em defesa de um projeto. Portanto, vamos para casa e amanhã se preparar. Porque, se deus quiser, a gente vai dar mais um show de democracia no domingo. 

Outras lideranças petistas que participaram da caminhada também atacaram a revista. O ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, candidato derrotado ao governo do estado, classificou a reportagem como "um absurdo":

- É a última tentativa de influir no resultado da eleição. 

O prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), coordenador da campanha de Dilma em São Paulo, desdenhou da publicação:

- Faz três anos que não leio a "Veja" e vou continuar não lendo.

Presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, criticou a publicação:

- Foi um gesto de desespero da "Veja".

No final do ato, Lula pediu aos militantes petistas que voltassem para casa e não aceitassem provocação. Na quinta-feira, petistas e tucanos entraram em confronto no Centro de São Paulo. 

Procurado, o presidente do PT, Rui Falcão, informou, por meio de sua assessoria, que não comenta as publicações da revista.

Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, também comentou o texto da publicação: 

- É o desespero de ultima hora da Veja. Ninguem mais dá credito para essa revista aí. Infelizmente essa revista faz um tipo de coisa que é inaceitável numa democracia, onde a gente precisa ter mais seriedade para tratar das coisas.
CONFIRA A ÍNTEGRA DO DISCURSO DE DILMA NO PROGRAMA NA TV

"Minhas amigas e meus amigos, eu gostaria de encerrar minha campanha na TV de outra forma. Mas não posso me calar frente a este ato de terrorismo eleitoral articulado pela revista Veja e seus parceiros ocultos. Uma atitude que envergonha a imprensa e agride a nossa tradição democrática. Sem apresentar nenhuma prova concreta e mais uma vez baseando-se em supostas declarações em pessoas do submundo do crime a revista tenta envolver diretamente a mim e ao presidente Lula nos episódios da Petrobras que estão sob investigação da Justiça. Todos os eleitores sabem da campanha sistemática que essa revista move há anos contra Lula e contra mim. Mas, dessa vez, a Veja excedeu todos os limites. 

Desde que começaram as investigações sobre ações criminosas do senhor Paulo Roberto Costa eu tenho dado total respaldo ao trabalho da Polícia Federal e do Ministério Público. Até a sua edição de hoje, às vésperas da eleição em que todas as pesquisas apontam a minha nítida vantagem sobre meu adversário, a maledicência da Veja se limitava a insinuar que eu poderia ter sido omissa na apuração dos fatos. Isso já era um absurdo, isso já era uma tremenda injustiça. Hoje, a revista excedeu todos os limites da decência e da falta de ética, pois insinua que eu teria conhecimento prévio dos malfeitos na Petrobras e que o presidente Lula seria um dos seus articuladores. 

A revista comete esta barbaridade, esta infâmia contra mim e Lula sem apresentar a mínima prova. Isso é um absurdo, isso é um crime. É mais do que clara a intenção malévola da Veja de interferir, de forma desonesta e desleal, nos resultados das eleições. A começar pela antecipação da sua edição semanal para hoje, sexta-feira, quando normalmente chega às bancas no domingo. Mas como das outras vezes, e em outras eleições, Veja vai fracassar no seu intento criminoso. A única diferença é que, desta vez, ela não ficará impune. A Justiça livre deste país seguramente vai condená-la por este crime. Ela e seus cúmplices tampouco conseguirão sucesso no seu intento de confundir o eleitor. 

O povo brasuileiro tem maturidade suficiente para discernir entre a mentira e a verdade. O povo brasileiro sabe que não compactuo nem nunca compactuei com a corrupção. A minha história é um testemunho disso. E sabe que farei o que for necessário, doa a quem doer, toda a vez que houver necessidade de investigar e de punir os que mexem com o patrimônio do povo. Sou uma denfesora intransigente da liberdade de imprensa, mas a consciência livre da nação não pode aceitar que mais uma vez se divulgue falsas denúncias no meio de um processo eleitoral em que o que está em jogo é o futuro do Brasil. Os brasileiros darão sua resposta à Veja e a seus cúmplices nas urnas, e eu darei a minha resposta a eles na Justiça."

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Datafolha, votos válidos: Dilma tem 51% e Aécio, 49%, no Rio de Janeiro

Instituto entrevistou 1.486 eleitores em 36 cidades no dia 15 de outubro.
Margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Do G1, em São Paulo
Pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (17) aponta os seguintes percentuais de votos válidos na corrida presidencial apenas com eleitores do Rio de Janeiro.

Dilma Rousseff (PT) – 51%
Aécio Neves (PSDB) - 49%

A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo jornal 'Folha de São Paulo'.
 Eleições 201
Para calcular esses votos, são excluídos da amostra os votos brancos, os nulos e os eleitores que se declaram indecisos. O procedimento é o mesmo utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição.
Votos totais
Se forem incluídos os votos brancos e nulos e dos eleitores que não sabem ou não opinaram, os votos totais da pesquisa estimulada são:
Dilma - 43%
Aécio - 41%
Brancos e nulos - 9%
Não sabe ou não respondeu - 6%
Os percentuais de cada informação estão arredondados sem casas decimais. Por esse motivo, a soma simples deles pode dar 99% ou 101%.
O Datafolha ouviu 1.486 eleitores em 36 municípios no dia 15 de outubro. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%, o que quer dizer que, se levada em conta a margem de erro de três pontos para mais ou para menos, a probabilidade de o resultado retratar a realidade é de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Eleitoral Regional (TRE) sob o protocolo RJ-00069/2014 e no Tribunal Superior eleitoral sob o registro BR-01098/2014.